segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Capítulo II

     E num foi que esse fim de semana eu consegui assistir o segundo capítulo da coisa que assombra uma cidade inteira no interior fictício dos States criado por Estevão?! E gostei MUITO do que encontrei nesse material, to sem entender a grande rejeição dele até agora, se alguém também tiver assistido, puder e quiser me dizer, deixa ai nos comentários.

    Sequências tendem a ser decepcionantes normalmente por três motivos,  primeiro o expectador tende a criar expectativas (ora vejam só!) e um roteiro na sua cabeça que MUITO dificilmente se concretiza, pois a obra se trata da visão do diretor (com a variante do tipo "ah, mas no livro é assim e se não for assim EU NÃO ACEITO!"); em segundo lugar quando é apenas uma versão maior do primeiro filme (por maior entenda-se mais longo, mais cansativo, com explosões maiores, com mais efeitos e tudo mais, porem, ainda assim, apenas sendo um repeteco do primeiro filme, dale Michael Bay); e terceiramente por ser ruim mesmo, não tem o que falar sobre isso.

    Isto posto e acrescentando que vou tratar do FILME, vamos ao que interessa... It, Capítulo II, começa mostrando a que veio, já coloca em sua cena inicial uma tragédia bem sangrenta e um pouco previsível, mas nem por isso deixa de ser angustiante, além disso tem um Pennywise ainda em recuperação dos eventos do filme anterior e, talvez por isso, ainda mais assustador, bons elementos para um terror.

    Confesso que eu acreditava que por se tratar de adultos eu pensava que a sensação de perigo seria reduzida, porém os atores foram muito bons em encarnar versões adultas das crianças do filme anterior, com a adição de alguns fatores para o club dos otários não se recuperaram do ocorrido em Derry ha 27 anos, prato cheio pra galera de psicologia, uma vez que, nenhum deles pôde se tratar dos traumas sofridos psicologicamente e isso foi agravado internamente com o passar do tempo, como se o medo deles tivesse ficado marinando internamente todo esse tempo.

    Graças a esse excelente trabalho de atuação e ao fato de eu ter me apegado e até me reconhecido com os personagens que eu senti bastante terror por empatia. Além disso as cenas de Pennynho (sim, já somos íntimos o suficiente pra rolar apelido... Hahahahahhaha) caçando enquanto alguém tenta impedi-lo são de tirar o folego. O aprofundamento dos traumas dos personagens, a origem sobrenatural de Pennywise (sim, é sobrenatural, pode não ser o sobrenatural que é imaginado, mas ainda assim é sobrenatural), o desfecho com leves, mas boas, surpresas e as piadas pontuais são incríveis (sim, o filme tira algumas ondas com o próprio gênero de terror, tanto escrito quanto cinematográfico).

    O ressurgimento do psicopata que atormentava os pirrái é uma adição interessante que mantem os principais personagens ocupados enquanto o palhaço dançarino enche o bucho e adiciona mais perigo físico ao filme, impressionante como conseguiram atores tão bons, parecidos e caracterizaram os seus personagens com muito do espírito de suas versões em inicio de puberdade.

    Calma, esse filme não é perfeito! Sim, ele é bom, é uma boa continuação e um bom encerramento (acho massa uma franquia que encerra no segundo filme!), maaaas ele sofre um pouco com repetições de elementos do filme anterior que precisam acontecer para os personagens se re-habituarem a Derry. O andar da carruagem pedia uma transição do protagonismo de Bill (no primeiro filme) pro Mike (no segundo filme) que foi o único dos otários a permanecer na cidade, porem rola uma insistência em forçar o protagonismo pro Bill, além disso, alguns aspectos de personagens mais marcantes com histórias profundamente machucadas, como a Beverly, foram escanteados, esses fatores tornam o segundo ato do filme meio inchado, mas com uma conclusão muito boa.

    Então, It: Capítulo 2, é uma boa conclusão para a história, que causa um bocado das sensações que são para serem experimentadas quando a pessoa se propõe a apreciar obras desse gênero, não vai ser difícil se arrepiar sem propriamente estar com medo ou sentir angustia pelos personagens, se tiverem a oportunidade não percam e nem deixem de aproveitar o desfecho desse fenômeno. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário